domingo, 13 de março de 2022

UM ANO SEM RUTHE - BASTA DE DESCASO E VIOLENCIA OBSTÉTRICA

 



UM ANO SEM RUTHE VÍTIMA DA VIOLENCIA OBSTÉTRICA.

Passado um ano do trágico e evitável acontecimento com a Ruthe, continuamos a lutar por justiça e punição aos culpados. Ruthe Luiz Mendes, indígena, mulher, mãe, esposa, ativista, pedagoga e uma grande amiga. Ela foi mais uma vítima do descaso para com os povos indígenas, mais uma vítima da falta de atendimento digno que muitos de nós ja sofremos. A falta de um operador de ultrassom, desencadeou complicações gravíssimas dentro do corpo dela. Ficamos mais de 12 horas esperando para fazer o ultrassom. A saudade é algo que estamos aprendendo a conviver, a dor da saudade, a falta dela, as conversas, os planos, as idas a igreja, as idas para Aquidauana, o nosso dia a dia ficou muito diferente e tem sido triste por muitas vezes. Quem nos vê, nos olha na rua, parece que está tudo bem, quando na verdade, o nosso coração ainda continua despedaçado. E olhar para tras me faz pensar que talvez pudesse ser diferente, no prontuario dela muitas alterações, muitas informações confusas, mas, a gente só queria ser medicado e ter trazido o nosso anjinho conosco para casa e claro ela com saúde. Vou transcrever um trechinho da ANIS "a mortalidade materna é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia evitável em 92% dos casos. Nada além de um clínico competente era necessário para que Ruthe tivesse acesso a cuidado adequado, que poderia ter salvado sua vida e de seu feto". E ao longo do processo, entendo que nunca o hospital irá admitir essas falhas, esses erros, vejo que tentam culpar a saúde indígena para se isentar e causar "brigas" entre nós irmãos indígenas. Enfim, mas provaremos na justiça e seguimos confiantes na causa. O que tenho feito é para evitar esses casos com mais pessoas e com mais familias, é preciso dar um basta nisso. Fica aqui os meus agradecimentos aos meus amigos, aos meus familiares, aos meus filhos, e a todos que rezam por nós e nos ajudaram. Me sinto ainda revoltado, indignado e me pergunto porque disso. Um ano mas parece que foi ontem. RUTHE VIVE EM NOSSOS CORAÇÕES. BASTA DE NEGLIGENCIA. CHEGA DE VIOLENCIA OBSTÉTRICA. #ravieltemfamilia #ruthetemfamilia