COLAÇÃO DE GRAU DOS ALUNOS DA LICENCIATURA INTERCULTURAL INDÍGENA POVOS DO PANTANAL

Ocorreu no último dia 24 de abril, na quadra Poliesportiva de Anastácio a solenidade de colação de grau dos acadêmicos do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Povos do Pantanal.
O curso teve duração de quatro anos e foi desenvolvido no campus de Aquidauana da UFMS.
O curso teve participação de vários indígenas que conciliavam as aulas nas suas escolas com as atividades do curso.
Ao todo o curso abrangeu 120 acadêmicos oriundos de diversas aldeias de vários municípios do Estado de MS pertencentes as etnias: Terena, Kadiwéu, Guató e Kinikinau.
Foram habilitados em quatro grandes áreas: Linguagem e Educação Intercultural, Matemática e Educação Intercultural, Ciências da Natureza e Educação Intercultural e Ciências Sociais e Educação Intercultural.


Eu, como acadêmico do curso e hoje professor habilitado quero em nome dos acadêmicos agradecer a todos os professores, mestres e doutores que ministraram aulas em especial a Professora Onilda e Claudete, ao professor Paulo Baltazar e Celma Francelino.
Lembrando que agora começa um novo desafio, uma nova etapa na vida profissional de cada um, devemos ser professores compromissados com o ensino e com o desenvolvimento das nossas comunidades indígenas, mantendo a nossa cultura, tradição e língua. Além de fortalecer cada vez mais os povos indígenas do Brasil.
Obrigado a todos e um salve para todos os indígenas dos Povos do Pantanal.

REFLEXÕES SOBRE A DATA 19 DE ABRIL

Vejo em muitas escolas não-indígenas e em inúmeras matérias algo meio preconceituoso a respeito dos povos indígenas do Brasil. Parece algo meio superficial que eles passam para o seu publico (escola e leitores), algo fantasioso, como tentando retratar o indígena que recepcionaram os portugueses em 1500.

Imagino que com isso, querem fomentar pensamentos que o indígena deve ser sempre daquela forma, não pode aderir ao meio tecnológico, não pode usufruir dos meios de leitura e aprendizado (resumindo não podemos estudar e se qualificar), não pode possuir carros, roupas ou outras invenções criadas pelo ser humano.

Então, você que pesquisou e está lendo isso, procure repassar aos seus alunos/leitores algo da atualidade: da organização dos povos indígenas, das lutas pelas retomadas dos nossos territórios tradicionais, das lutas pela verdadeira escola e educação diferenciada, das lutas pelos nossos espaços dentro de órgãos públicos que tratam a respeito dos nossos assuntos, das nossas constantes buscas da qualificação profissional e por obtenção de diplomas de graduação, mestres e doutores.

Tudo que temos conquistados vem de longas lutas e de muitas mobilizações.

Finalizando o dia do índio é todo dia, todos os dias travamos batalhas, buscamos forças, enfrentamos dificuldades, barreiras, mas estamos firmes e confiantes de que todo esse esforço será recompensado.

Fica o meu repúdio a PEC 215.

Precisamos e queremos as nossas terras tradicionais.

Salve povo Indígena, o verdadeiro dono dessa terra chamada BRASIL.

UM POUCO DA HISTÓRIA DO DIA 19 DE ABRIL

         " O Dia do Índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México.

       Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos".

       Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América.

      O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril."

     MAIS UMA VEZ FICA CLARO QUE O GOVERNO SÓ INSTITUIU ESSE DIA DEVIDO A PRESSÃO INTERNACIONAL.

     TEMOS MUITO CAMINHO A PERCORRER PARA CONQUISTAR DIREITOS NOSSOS.

       VAMOS COMEMORAR A NOSSA RESISTENCIA E REFLETIR SOBRE O NOSSO FUTURO E QUAL É ESSE FUTURO QUE QUEREMOS.