sexta-feira, 29 de abril de 2016

ALDEIA IPEGUE RECEBE LANÇAMENTO NACIONAL DA VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE NAS COMUNIDADES INDÍGENAS.

Ação tem objetivo de imunizar cerca de 120 mil indígenas aldeados em todas as regiões do país



























Todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) do país, ao todo 34, receberão, 
a partir deste sábado (30/4),  uma força-tarefa para imunizar cerca de 120 mil indígenas 
aldeados no país. Até o término da ação, 29/4, mais de três  mil profissionais terão a 
disposição 202 mil doses de diferentes vacinas. O objetivo é atualizar a caderneta 
de vacinação  dos índios, incluindo os que vivem em populações isoladas. A cerimônia de
 abertura do mês de vacinação acontecerá na  Aldeia Ypegue, em Aquidauana, 
no Mato Grosso do Sul.
O Mês de Vacinação da População Indígena (MVPI) integra a Semana de Vacinação nas Américas, 
liderada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desde 2005, e adotada pelo Ministério 
da Saúde em conjunto com a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Neste ano, a semana
 envolverá 44 países, alcançando 44 milhões de crianças e adultos. No Brasil, os povos indígenas 
receberão doses de vacinas contra doenças como Hepatite A e B, Rubéola, Coqueluche, Sarampo,
 Caxumba, Difteria, Tétano, Poliomielite, Febre Amarela, Varicela, formas graves de Tuberculose, 
Gastroenterites causadas por Rotavírus, HPV (tipos 6, 11, 16 e 18), Influenza, Pneumonias, 
Meningites e outras infecções bacterianas graves.
A ideia é intensificar a imunização da população mais vulnerável, como crianças de até quatro anos, 
mulheres em idade fértil e idosos, que vivem em áreas de difícil acesso e onde há baixa cobertura 
vacinal. Os Distritos Sanitários Especiais  Indígenas também definirão quais as áreas prioritárias de 
suas regiões. “Este é um momento importante para intensificarmos as atividades das equipes 
multidisciplinares de saúde  indígena. As aldeias já recebem este atendimento  na atenção básica 
à saúde, mas como algumas áreas são remotas, temos este momento para atualização do calendário
  vacinal junto a essa população”  explica o Secretário Especial da Saúde Indígena, Rodrigo Rodrigues.
Para realizar a mobilização em lugares tão distantes dos grandes centros e muitas vezes isolados, o
 Ministério da Saúde está investindo mais de R$ 4 milhões incluindo recursos para: logística, transporte
 e imunobiológicos (SVS). Mais da metade da equipe envolvida na vacinação são agentes indígenas de
 saúde e de saneamento.Também  participarão profissionais que integram as Equipes Multidisciplinares 
de Saúde Indígena (EMSI),como médicos,  enfermeiros, auxiliares de enfermagem, cirurgiões
 dentistas e  auxiliares de saúde bucal. Em 2015, foram aplicadas 141.000 doses de vacinas em 
115.863 indígenas de 849 aldeias. Além da imunização  foram realizadas avaliação nutricional, 
atendimento odontológico, testes rápidos de HIV/Hepatites/Sífilis, consultas de pré-natal e 
exames laboratoriais e clínicos, totalizando mais de 100 mil atendimentos.
SAÚDE INDÍGENA – Desde a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em 2010
, o Ministério  da Saúde tem ampliado o acesso à assistência médica para a melhoria da qualidade 
de vida de aproximadamente  305 povos indígenas, que congregam 5.150 aldeias e uma população
 de 688 mil pessoas. Outro avanço importante é o aumento da presença de médicos nos Distritos 
Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).  O Programa Mais Médicos ampliou número de profissionais 
atuando nessas áreas. Atualmente 339 médicos no programa atuam nos DSEI. Assim, todos os 34 
distritos indígenas passam a contar com médicos nas equipes multidisciplinares de saúde indígena.



Por Gabriela Rocha, da Agência Saúde
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quarta-feira, 13 de abril de 2016

AULA MUITO PROVEITOSA COM OS ANCIÃOS DA ALDEIA IPEGUE

    Nessa semana em que se comemora o dia dos povos indígenas, onde se comemora a resistência e a sobrevivência dos povos indígenas aqui na terra que sempre foram de fato deles (nossa terra), se torna muito importante a valorização e a busca pelo protagonismo indígena.
     
     Esse protagonismo passa pela busca de nossos direitos, pela luta em prol das nossas comunidades.
    Que essa semana seja de muita reflexão para todos os brasileiros e de muita comemoração para os povos indígenas, já que sobreviver por 516 anos, em uma terra que sempre lhes pertenceu e que desde 1500 foi invadida, já é um fato de muita força dos verdadeiros donos dessa terra.

     Salve povo Terena e viva o Povo Indígena do Brasil.


ALDEIA IPEGUE



sexta-feira, 1 de abril de 2016

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MS NÃO DEIXAR INDÍGENA DEPOR NA LINGUA TERENA

POR ANTONIO CARLOS SEIZER

O FÓRUM ESTADUAL DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA DE MATO GROSSO DO SUL e o MOVIMENTO DE PROFESSORES INDÍGENAS POVOS DO PANTANAL E CONE SUL representados neste ato por seus membros permanentes, vem a público apresentar seu REPÚDIO à maneira como a profa. Ms. MARIA DE LOURDES ELIAS, foi tratada no depoimento de Paulino da Silva, líder Terena da Terra Indígena Pilad de Rebuá (Miranda/MS) na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a ação/omissão do Estado nos casos de violência contra os povos indígenas sul-mato-grossenses (2000-2015), conhecida como a “CPI DO GENICÍDIO”.
Entendemos que, mais uma vez, o Estado de Mato Grosso do Sul, representado neste caso pelos membros da CPI, nega o direito e o reconhecimento aos povos indígenas de sua diferença e, nesse caso, da sua diferença linguística, desrespeitando a própria Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 231, que reconhece as línguas indígenas e consequentemente o seu ampliado uso; não se restringindo apenas nos espaços ditos de “índios”- a aldeia. 
Sabemos que uma CPI deve-se atentar aos códigos de ética e respeitabilidade; bem como aos seus depoentes a igualdade de direitos em suas diferenças, como um dos fios que garante a dignidade da pessoa indígena. 
O Movimento de Professores Indígenas não é contrário a investigações, apurações e condenações, desde que não fira o princípio básico do direito a resposta do depoente, e muito menos a condenação antecipada por atos que possuem impressões unilaterais como gênesis da verdade, visto que, o papel de uma CPI é o de averiguação.
Compreendemos que ao ser convidada a prestar um serviço de interprete durante a sessão na Assembleia Legislativa, e a negativa dos membros da comissão, por entender que o líder Paulino da Silva, não precisava de seus trabalhos, a prof. Ms. Maria de Lourdes, respeitada por sua trajetória de vida, conduta profissional excelente e incorruptível posicionamento político-indígena, foi citada como conivente da opção do depoente Paulino em falar na Língua Terena e que foi entendida como uma afronta aos membros da referida CPI, por possuírem vídeos em que o mesmo se expressa em Língua Portuguesa, sendo imediatamente apontado como um sujeito mentiroso e a professora Maria de Lourdes, sua cumplice, sendo coagidos com frases de intimidação, no sentido de saírem do recinto algemados. Segundo os deputados integrantes da CPI, o depoente possui fluência na Língua Portuguesa, mas questionamos, embasados em estudos, que afirmam que a “fluência” é a qualidade do sujeito se expressar claramente, e isso nos remete, a observar que o ato da clareza na expressão depende de um processo mental que o “fluente” reelabora em sua língua materna. 
Consideramos ainda, que a Língua Portuguesa formal, não é falada e muito menos compreendida até mesmo por aqueles que a utilizam como língua materna, imagine no caso dos povos indígenas, que a utilizam, sim, porém, não estão seguros do que entendem e/ou afirmam, pois, o vocabulário usado é “pobre” na concepção do “falante fluente”. Se conhecer palavras, construir frases e se expressar em outra língua que não seja, a sua; é ser fluente, somos um país fluente em Língua Inglesa, entre outras, por fazer parte de nosso dia-a-dia palavras como: mouse, overbooking, online. 
Este ato repugnante, expressa um desconhecimento e/ou uma necessidade de utilizar “óculos coloniais” para ler apenas o que beneficia a elite desse país, e não os diferentes e suas diferenças. Com isso, joga no lixo, os esforços pessoais e coletivos do processo de escolarização dos indígenas de diversas etnias, ao propor que Língua Indígena é “coisa de índio” e que deve ser falado nas aldeias, não compreendendo minimamente, que no século XXI, há municípios que cooficializaram a Língua Indígena devido aos esforços de décadas de indígenas e de indigenistas. 
Sendo assim, REPUDIAMOS, ações que ferem o direito constitucional, constrange uma professora que estava prestando um serviço a bem das verdades coletivas dos povos indígenas do Brasil e sobretudo a ameaça de processo por simplesmente, desejar a depor em sua língua materna, e se é a verdade que buscam, deixem os indígenas deporem em sua língua, pois a fala para nós o vento não leva, nossos discursos são nossa própria alma.